Vi os Edukadores e gostei!

Gostei do simbolismo, da mensagem e, sobretudo, do retrato que faz da juventude europeia.

Paira um sentimento de mudança de consciências embora algo desorganizado e disperso. Se há alguns anos atrás nos chamaram "geração rasca", mais do que nunca acho que a actual geração está à rasca por um futuro.

A ideia central do filme é edukar os mais ricos e fazem-no da forma mais original: invadem-lhes as casas, redecoram-nas totalmente, sem roubar nada, e ilustram as suas acções com frases escritas nas paredes: "Os vossos dias de abundância estão contados!" e "É preciso redistribuir a riqueza do mundo!" Atacam os seus opositores naquilo que esles têm de mais precioso: a segurança.

Podemos considerá-los os novos pacifistas, os novos adeptos da não violência, a nova consciência social global.

Quando decidem edukar um milionário, que exige a uma das personagens o pagamento de uma prestação mensal (igual a todo o seu rendimento), algo corre mal e acabam por raptá-lo. Mais tarde descobrem tratar-se de um ex-reaccionário do Maio de 68 agora convertido ao capital e aos milhares de euros que ganha mas que o mantêm refém de um dia-a-dia que o escraviza em rotinas e que o impede de usufruir tudo aquilo que possui.

E aqui está quanto a mim a questão central: um homem que "cresceu" e que abandonou as suas convicções, deixando-se corromper por tudo aquilo que criticava e combatia e um grupo de 3 jovens rebeldes, com convicções fortes e activos na defesa das mesmas mas que, possivelmente, um dia também vão "crescer".