BLOGUIABERTO

Regista tudo aquilo que nos deixa de boca aberta...

dezembro 29, 2005
Os olhos...



Quem exerce mais poder, quem observa ou quem é observado?

Milan Kundera questionou-se sobre isto e nunca mais esqueci esta afirmação.
Normalmente quem observa causa algum desconforto no objecto observado mas e o poder de atrair as atenções de alguém não será igualmente forte?


dezembro 22, 2005
É proibido esquecer


A raposa e o principezinho

"- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não estou presa...(...)
- O que é que «estar preso» quer dizer?
- É uma coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
- Parece-me que estou a começar a perceber - disse o principezinho. - Sabes, há uma certa flor... tenho a impressão que estou preso a ela...
- É bem possível - disse a raposa. - Vê-se cada coisa cá na terra...(...) - Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. (...) A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho. - Por favor... prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
(...)
- Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.-
Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.-
Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer."

dezembro 19, 2005
Palavras para quê...











Alpendre com vista para o paraíso

Foto: Abelha Maia

Natal?


Desculpem-me a heresia mas de cada vez que vejo um presépio lembro-me sempre do Natal segundo os Monty Phyton!!!!!

dezembro 16, 2005
É bom saber


algumas coisas que nos deixam mesmo boquiabertos como por exemplo:
Que o presidente iraniano se refere ao holocausto como o mito do massacre dos judeus.
Por acaso já cansava um bocado a história de que os árabes são sempre os maus da fita e coitados dos judeus que foram massacrados; agora estamos mais descansados afinal é um mito.
Que a região do Alto Douro Vinhateiro, classificada em 2001 como património paisagístico da humanidade pela UNESCO, arrisca-se a receber uma advertência.
Causas: passado este tempo ainda não se acrescentou qualquer valor: não foram ainda colocadas placas ferroviárias informativas da região e as ruas mais parecem lixeiras a céu aberto.
Justificação: umas tretas quaisquer de institutos que se extinguiram e foram substituidos por outros que ainda não estão a funcionar. É bom saber que afinal há uma razão para tudo isto!
Que o Francis Albert Sinatra tinha profundas amizades com a mafia!
Afinal a actividade mafiosa não se resume apenas a tráficos, guerras e lutas de gangsters, também há mafiosos artistas!
Que afinal só existem 8 mil telefones sob escuta em Portugal e não 40 mil !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Estamos todos muito mais à vontade!
Que as crianças portuguesas são as que mais vêm televisão e utilizam videojogos!
Já podiam ter dito há mais tempo! Agora percebemos perfeitamente porque algumas pessoas, depois de crescidas, continuam a brincar às empresas, aos políticos, aos advogados.
Que segundo António Vilar, líder do Forum Portucalense, referindo-se ao TGV "O Governo acaba de engolir, por muitos anos, os interesses do Norte".
Se tivermos em conta que só o Porto é uma Nação, o Governo tem uma garganta de Golias.

dezembro 15, 2005
A tradição já não é o que era!


Deixa este blogue um protesto! As crianças deste país não vão mais ser as mesmas! É bom que percebam já isso e não venham depois queixar-se do insucesso escolar.
Além disso, numa altura em que um dos candidatos a PR, apesar dos seus 81 anos, mostra-se ainda com uma frescura capaz de fazer inveja a muitos teenagers, não percebo porque o monopólio, com apenas 70 anos, é considerado velho!
A edição comemorativa dos 70 anos do Monopólio, que já não se chama assim mas Monopoly, (viva a Globalização!) já não tem notas mas, imaginem, cartões de crédito utilizados num terminal tipo TPA!!! Tudo bem que funciona a pilhas mas assim já não vamos ter as montanhas de notas e quem quererá assumir a posição de banca sem elas?!?!?!
Cada passagem na casa da partida (um êxtase para qualquer jogador) rende agora não uns 2 contos, capazes de aguentar os mais desfalcados em mais duas voltas de jogo, com um bocado de sorte, mas sim a fantástica quantia de 2 milhões de euros.
E a pior notícia, preparem-se: já não existem o Rossio, a Rua Augusta, a Rua do Ouro!!! Agora brincamos às cidades comprando Lisboa, Braga, Coimbra. Não tem graça nenhuma, ninguém percebe isso?
As casas verdes foram substituidas por blocos de apartamentos que encaixam (esta parte é que me tramou, tenho de admitir!) umas nas outras e os hoteis estão com novo design.
Já não há a estação da Campanhã! Bolas! As estações foram substituídas por aeroportos!
O que vale é que mais cedo ou mais tarde vão ter de alterar tudo de novo para incluir as estações do TGV!!!!

As Mãos


Mostram firmeza, há quem diga que os apertos de mão definem as pessoas, mas é um gesto que gostava de banir porque cheguei à conclusão que o pessoal não lava as mãos sempre que deve.
Tudo bem que está frio mas sei lá por onde passam as mãos dos outros!

Podiamos substituir por um adeus, ou um olá, que ficam sempre bem.

dezembro 13, 2005
Caminhos



ou escolhas são aquelas decisões que temos de tomar todos os dias, às vezes várias vezes no mesmo dia, e não é a agonia da escolha que incomoda mas o facto de não se saber a que destino se chegaria caso a escolha tivesse recaído sobre aquilo que se rejeitou ao escolher.
Que caminho percorreria e onde tal caminho conduziria se a escolha tivesse sido outra?
E isso tornar-nos-ia pessoas diferentes?
Acredito que somos fruto de muitas coisas mas, de entre elas, as nossas experiências e as nossas escolhas moldam-nos a personalidade.

Não saberei a que resultado chegaria caso a escolha fosse, não a que optei, mas precisamente aquela (ou aquelas) rejeitei ao escolher.
Esta questão seria ultrapassada se todos tivessemos um comando que permitisse rebobinar a nossa vida e, chegados ao momento de tomada de cada decisão, pudessemos assistir ao desenrolar daquilo que aconteceria se optassemos pela outra escolha.

Gosto desta música !!!


No bairro do amor a vida é um carrossel

Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de côr
Por gente que sofreu por não ter ninguém
No bairro do amor o tempo morre devagar

Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?
Eh, pá, deixa-me abrir contigo

Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem
No bairro do amor a vida corre sempre igual

De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o Sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar
O bairro do amor é uma zona marginal

Onde não há hotéis nem hospitais
No bairro do amor cada um tem que tratar
Das suas nódoas negras sentimentais
Eh, pá, deixa-me abrir contigo

Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem

Jorge Palma

dezembro 06, 2005
"Aqui tudo é leve, leve" - Parte II


Numa altura em que se fala tanto no aeroporto de Lisboa, no TGV, nas auto-estradas, nos acessos e nas vias de comunicação quer este blogue deixar um testemunho de como vive um país com apenas uma estrada.

Não sei se lhe poderemos chamar estrada, mesmo sendo essa a sua finalidade, mais se parece com a nossa ideia da superfície lunar mas quase que serve o propósito.
Esta estrada percorre a ilha de São Tomé de norte a sul e domina a vida dos cidadãos que nela se deslocam, alimentam, vivem, sempre numa azáfama muito própria que nem sempre compreendemos ou, sequer, imaginamos. Pela Estrada Fora percebemos uma série de confortos que esta população não tem e que, aos nossos olhos e no nosso quotidiano, nos parecem insubstituíveis, inadiáveis e imprescindíveis mas que não nos fazem sorrir como eles sorriem nem viver uma vida tão leve.
Para os mais interessados fica uma dica: não tenham pressas pois para percorrer 60 km demoramos 3h a 4h, dependendo do grau de aventura desejado...


dezembro 05, 2005
Kate sem Mossas



Já todos desconfiavamos que a miúda era um bocado obcecada mas não a fazíamos tão descuidada quando toca a meter o nariz em certos assuntos...
Mas como a utilização de certas substâncias parece compensar, ei-la com a renovação de quase todos os contratos de publicidade.